Saúde e Espiritualidade Holística Poesia, vida e morte na obra de Alvares de Azevedo

Poesia, vida e morte na obra de Alvares de Azevedo

5
A boa educação, fundamento básico para formação do cidadão, começa pela escola e segue pela casa e vida. Apreciar a boa literatura, lendo e comentando sobre os autores que deixaram obras imortais levam-nos muito além do podemos supor. Lá pelo fim dos anos 70, a Literatura embriagou-me com um período de grande autores do Romantismo, entre eles, Castro Alves, Casimiro de Abreu e claro o meu preferido, Alvares de Azevedo.  

Dele extraio aqui a biografia e minha poesia preferida, musicada no vídeo abaixo, com trilha sonora de fundo, Listen to Rain, do Evanescence.

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu na cidade de São Paulo em 12 de setembro de 1831, filho do doutor Inácio Manuel Álvares de Azevedo e dona Luísa Azevedo. Ainda criança transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fez o curso primário. 

Em 1848, retornou a São Paulo e matriculou-se no curso de Direito.

Nessa cidade não se sabe ao certo como foi sua vida. Alguns dizem que viveu uma intensa e tumultuada vida boêmia, já outros falam que sua vida foi calma e serena. O que sabemos ao certo é que durante esse período sua produção poética foi muito intensa.

A partir de 1851 o poeta passa a ter fixação pela idéia da morte. Isso fica claro nas cartas destinadas à mãe e à irmã.
Pertenceu à chamada segunda geração do Romantismo brasileiro, influenciada pelo poeta Byron
e Musset. 

Sua poesia é marcada pelo subjetivismo, melancolia e um forte sarcasmo. Os temas mais comuns são o desejo de amor e a busca pela morte. O amor é sempre idealizado, povoado por virgens misteriosas, que nunca se transformam em realidade, causando assim a dor e a frustração que são acalmadas pela presença da mãe e da irmã, cuja poesia se caracterizou pelo ultra-romantismo, subjetividade e pessimismo frente à vida.

Em todo o mundo, os integrantes dessa tendência romântica olhavam com desencanto para a vida e consideravam o sentimento do tédio como o "mal do século" e
Álvares de Azevedo, o seu representante brasileiro mais legítimo. Levavam vidas boêmias e desregradas, o que levou grande parte deles a contrair tuberculose.  

O paradoxo é que sendo ele o poeta dos versos sombrios e cinzentos, foi também quem introduziu o humorismo na poesia brasileira, devido à irreverente ironia de alguns dos seus poemas, como o famoso "Namoro a cavalo" ou "A lagartixa" que começa com os seguintes versos:

"A lagartixa ao sol ardente vive/ E fazendo verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me dá vida/ Tu és o sol e eu sou a lagartixa.

Em 25 Abril de 1852, quando tinha apenas 20 anos, Álvares de Azevedo morreu vítima de tuberculose, deixando uma obra relativamente extensa, para quem viveu tão pouco.    

De sua obra, toda ela publicada postumamente, destacam-se os contos do livro "Noite na Taverna" (1855), a peça de teatro "Macário" (1855) e o livro de poesias "Lira dos Vinte Anos" (1853).

Álvares de Azevedo é a patrono da Cadeira no 2 da Academia Brasileira de Letras.

(Com informações do Mundo Cultural   e da  UOL Educação)

Marcadores

Postar um comentário

5Comentários

Obrigado por comentar!! Volte Sempre!!

  1. Um poeta que de tanto procurar, por vezes até ansiar, a morte, a encontrou muito jovem. Um dos poucos seguidores do Byron no mundo que se tornou melhor que o lord.
    Parabéns por mais um post "cult" e de muita qualidade.

    Um forte abraço!

    ResponderExcluir
  2. Olá amigo Geraldo!
    Muito boa as informações que nos trouxe sobre o este incrível escritor que foi Álvares de Azevedo.
    Parabéns pelo post meu amigo.
    Forte abraço, Fernandez.

    ResponderExcluir
  3. Pena que suas obras foram publicadas somente após sua morte.
    Não teve tempo de ver seu nome ser reconhecido como um grande poeta.
    Li a Lira dos Vinte Anos e Macário

    ResponderExcluir
  4. Olá Geraldo,

    Nada conhecia de Álvares de Azevedo, mas adorei o vídeo e a biografia. Na urgência da juventude a busca pela morte pode ter tanto ou mais poder que a busca pelo amor.

    Abraços
    Luísa

    ResponderExcluir
  5. Se eu morresse amanhã, viria ao menos
    Fechar meus olhos minha triste irmã;
    Minha mãe de saudades morreria
    Se eu morresse amanhã!
    Quanta glória pressinto em meu futuro!
    Que aurora de porvir e que manhã!
    Eu perdera chorando essas coroas
    Se eu morresse amanhã!
    Que sol! que céu azul! que dove n'alva
    Acorda a natureza mais loucã!
    Não me batera tanto amor no peito
    Se eu morresse amanhã!
    Mas essa dor da vida que devora
    A ânsia de glória, o dolorido afã...
    A dor no peito emudecera ao menos
    Se eu morresse amanhã!

    Geraldo, ele falou da morte de maneira melancolica, tragica e certeira: morreremos e para trás ficará a saudade. De quem fica por nós e de nós, quem acredita na continuação, do que ficou. Então, como relatou, morreu jovem.

    O video que vc indicou tem uma musica fantastica, ela combina perfeitamente com o sentimentalismo do poema.

    Será que ele escreveu este minutos antes de findar a vida dele?!

    ResponderExcluir
Postar um comentário